LIBERTADORES DA AMÉRICA: A INDEPENDENCIA DO HAITI
Lá
pelos tempos do século 19, mais especificamente a partir de 1791 uma pequena
ilha na América Central virou palco de uma das histórias mais loucas da
humanidade. Começava a revolução da ilha de São Domingos, ou Revolução
Haitiana, a maior revolta bem-sucedida de escravizados no mundo colonial.
A
ilha de São Domingos pertencia a França, lá os Franceses gostavam de acumular
escravos e açúcar aos montes, mais antes disso trataram de destruir todas as
tribos de nativos que insistiam em dizer que eram os legítimos donos das ilhas
só porque viviam lá a centenas de anos.
Já
que não mostraram nenhuma escritura provando que as terras eram suas, os
Franceses e Espanhóis, protegidos pelas leis da Europa e do Santo Papa se viram
no direito de matar e escravizar todos ali enquanto puderam. Más logo todos os
nativos acabaram morrendo ou por doenças que os europeus traziam ou pelas
chicotadas e trabalho escravo que eles generosamente ofereciam.
Más
não demorou para os colonizadores resolverem o problema e trataram logo de
correr na África e buscar milhares de escravos negros para ocupar as vagas que
os nativos deixaram embaixo dos chicotes. Por muitos anos os Franceses gastaram
seu tempo maltratando milhares de escravos negros e obrigando eles a produzir
açúcar aos montes para exportar para Europa onde viravam tortinhas nas mesas de
chá dos Nobres e ricos europeus. Nas horas de folga entre as chicotadas e o
trabalho forçado os escravos se reunia m em cerimonias religiosas de vodu(uma
crença de seus ancestrais na Africa).
Enquanto
dançavam e rezavam nas línguas Africanas os escravos aproveitavam para falar
mau de seus senhores sádicos e cruéis e bolavam uma maneira de dar um fim
nesses safados. Estranhamente por não entender nada dos dialetos Africanos os
Franceses riam e achavam engraçada toda aquela dança e alegria, será que esse s
africanos eram masoquistas? O plano foi tomando forma e em 1791 o sacerdote
vodu e líder quilombola Dutty Boukman profetizou a liderança de um levante
libertador entre os escravos. A Revolução teve inicio naquele ano e, em poucos
dias, mais de 100 mil escravos se levantaram e tomaram a Província do Norte,
liderados por Toussaint Louverture, que foi o herói da independência para o
povo Haitiano.
A ilha
de São Domingos parecia um filme de Terror, a violência contra os donos de
escravos foi grande. Com o sentimento de vingança aflorado, os escravizados, em
sua rápida tomada da ilha, pilharam, torturaram e mataram seus senhores sem dó.
Mesmo que os brancos estivessem armados – pois já esperavam uma revolta – eles
eram minoria e para cada tiro acertado havia mais dezenas de escravos com
sangue no olho para meter um facão onde achasse melhor.
Em
1792, o sucesso do levante, ainda em curso, criou um clima de emergência na
França. Desesperados, os franceses convocaram uma Assemblei a Legislativa que,
querendo desacelerar a independência da ilha, concedeu direitos aos negros
livres haitianos (o que chocou o mundo) e mandou 6.000 soldados para conter o
levante. No entanto, os haitianos não se renderam e, em 1794, foi abolida a
escravidão nas colônias francesas, por pura pressão e medo de centenas de
milhares de escravos negros, fortes e com sangue nos olhos e loucos para ver
Brancos de chicote na mão tentarem a sorte. Já
no comando de toda a ilha, Toussaint Louverture escreveu uma constituição que o
tornava governador-geral vitalício, com poderes quase absolutos. Eis um trecho
da carta de independência:
“Irmãos e amigos. Eu sou Toussaint L’ouverture; talvez meu nome seja conhecido de vós. Eu empreendi a vingança de minha raça. Eu quero que a liberdade e a igualdade reinem em São Domingos. Eu trabalho para que isso aconteça. Uni-vos irmãos e combateis comigo pela mesma causa. Arranquemos pela raiz a árvore da escravidão. Vosso muito humilde e obediente servo. Toussaint Louverture, General do exército do rei, pelo bem do povo.”
Escreveu
também a Napoleão nos seguintes termos: “Do Primeiro dos Negros ao Primeiro dos
Brancos”. Bonaparte confirmou a posição de Toussaint Louverture, mas o
considerava um obstáculo à restauração de Saint-Domingue como uma colônia
lucrativa, pois os senhores de engenho refugiados o haviam convencido da
necessidade do trabalho escravo. Quando Napoleão assumiu como Imperador
francês, houve uma breve reviravolta, em que as tropas nacionais enviadas à
ilha conseguiram retomar o controle colonial de São Domingos.
A
escravidão retornou a Ilha e Louverture foi preso e mandado à França. La ele
morreu um ano depois pelo simples fato de ser mal tratado e não receber comida
o suficiente na masmorra suja onde foi hospedado. Com a prisão de Louverture,
Jean-Jacques Dessalines assumiu o comando da Revolução em 1803 e chamando a
população negra em massa a amolar seus facões e apontar seus mosquetes aos
malandros Franceses que cercavam por ali, abriu espaço para a declaração da
independência da ilha no começo do ano seguinte. O país declarou oficialmente o
fim da escravidão e foi batizado de Haiti (que na língua nativa significava
“terra de montanhas), em homenagem aos indígenas exterminados com a ocupação
europeia.
Haiti
é o único país da América Latina que conquistou independência com uma revolta
vinda de baixo, por escravos subjugados. O país possuía potencial, porém foi
submetido a sanções e artifícios bancários por parte da França, que exigiu uma
série de reparações aos proprietários franceses que perderam suas terras e em
alguns casos partes do corpo nas lutas de independência. Com essas dívidas
gigantescas, contrapartida para que o país europeu reconhecesse a independência
do Haiti (que seria comandado por uma elite criolla a partir de então). Esse
fato destruiu a economia e a infraestrutura local, fazendo com que o país seja,
hoje, o mais pobre da América.
Ao
mesmo tempo, a Revolução Haitiana foi um evento que abalou para sempre a
estrutura política e econômica do continente. Em diversos países, incluindo o
Brasil, criou -se o medo de que a ordem escravista pudesse ser destruída por
uma nova revolta de escravos inspirada nos heróis de São Domingos.
ATIVIDADES:
(EF08HI09) Conhecer as características e os principais pensadores do Pan-americanismo.
(EF08HI10) Identificar a Revolução de São Domingo como evento singular e desdobramento da Revolução Francesa e avaliar suas implicações
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