A RAINHA MAIS PODEROSA DOS POVOS MAIAS

  

  As mulheres na sociedade maia tinham papéis muito importantes e variados. Elas não só cuidavam da casa e educavam os filhos, mas também produziam belos tecidos, ajudavam na agricultura e participavam do comércio. Algumas mulheres eram sacerdotisas, oráculos ou figuras importantes nos rituais religiosos. Já as mulheres da realeza podiam ser rainhas e liderar seus povos com grande poder.

  Um dos exemplos mais incríveis de uma mulher poderosa entre os maias foi Wak Chanil Ajaw, conhecida como "Senhora Seis Céus". Ela foi a rainha de Naranjo, uma cidade-estado que ficava onde hoje é a Guatemala. Nascida por volta do ano 667 d.C., Senhora Seis Céus foi escolhida pelo pai, o rei Bajlaj Chan K’awiil, da cidade de Dos Pilas, para governar Naranjo e fortalecer a aliança entre os dois reinos. Por isso, ela também era chamada de Santa Senhora de Dos Pilas.

  Ela começou a governar muito jovem, aos 15 anos. Aos 20, teve um filho chamado K’ahk’ Tiliw Chan Chaahk, que mais tarde se tornaria o líder legítimo de Palenque, seguindo a tradição dos homens no poder. Mesmo casada com um nobre de Naranjo, Senhora Seis Céus era quem realmente tinha o controle. Seu marido quase não é mencionado nos registros históricos. Ela continuou governando como regente enquanto o filho era muito jovem e, mesmo depois que ele foi coroado, ela manteve sua influência e poder.

  Senhora Seis Céus era muito habilidosa em lidar com as disputas da nobreza e era a figura mais importante da corte. Mas seu poder ia além do palácio. Muitos monumentos mostram que ela também foi uma líder militar corajosa. Em uma estela (um tipo de monumento de pedra), ela aparece em pé sobre um inimigo derrotado, mostrando sua força e autoridade. Durante o reinado dela, Naranjo viveu um período de crescimento e prosperidade, com o exército da cidade impondo sua presença em várias regiões vizinhas.

   

  Além de ser uma rainha guerreira, Senhora Seis Céus também tinha um papel religioso muito importante. Ela realizava cerimônias ligadas ao calendário maia, que incluíam rituais de sangue e auto-sacrifício, considerados sagrados na cultura maia. Em algumas imagens antigas, ela é representada como uma figura divina, associada à deusa da Lua, Ix Chel.

   Senhora Seis Céus governou por mais de 40 anos, sendo lembrada como uma das líderes mais poderosas e influentes dos povos pré-colombianos.

Fontes Confiáveis e científicas:

Martin, Simon & Grube, Nikolai - "Crônica dos Governantes Maias".

Schele, Linda & Freidel, David - "O Coração dos Céus: A Civilização Maia e Seus Mistérios".